Ao longo do século XIX, o mundo atlântico, especialmente sua porção oeste, passava por um momento de readaptação da instituição escravista em decorrência de um novo mundo industrial expansivo desde a centúria anterior. A economia de plantation, devido à demanda ampliada por bens de primeira necessidade no universo gerado pelo capitalismo internacional, revigorou-se para produzir algodão para o vestuário, açúcar para a alimentação e café para manter os trabalhadores acordados. Em meio a tal cenário, todas as economias, independentemente de seu fundamento, de subsistência a “industrial” agroexportador ou industrial fabril, adotaram, mais cedo ou mais tarde, o meio de transporte definido pela Grã-Bretanha como o modelo hegemônico a partir da década de 1820. As estradas de ferro se difundiram globalmente e, em cada economia, assumiram um papel que poderia ser de modernização de infraestrutura viária – sob múltiplas implicações internas e externas – ou, também, de modernização industrial ferroviária – sob múltiplas implicações internas e externas. A tese central deste trabalho reside nos fenômenos iniciados na década de 1830, em que o nordeste dos Estados Unidos da América desenvolveu uma cultura ferroviária particular, em contraposição à cultura europeia liderada pela Grã-Bretanha. Nesse contexto, o Império do Brasil, como uma economia de base agroexportadora e de subsistência do mercado interno e para o meio produtivo de plantation, assumiu o papel de importador de engenheiros e bens de capital, sobretudo norte-americanos, para construir sua malha ferroviária.
Tese defendida no Programa de Pós-Graduação em História; Departamento de História; Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave: | Cultura material - séc. XIX História universal Ferrovias Tecnologia Brasil - história - império |
Membros da banca: | Gonçalves, Andréa Lisly Chaves, Cláudia Maria das Graças Graça Filho, Afonso de Alencastro Guimarães, Carlos Gabriel Marquese, Rafael de Bivar |
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