domingo, 14 de dezembro de 2014

Estação Ferroviária de São João del-Rei

1901 - Acervo ABPF-NEOM
Fachada original, construída entre 1880 e 1881. Cartão postal.

“As cidades coloniais da América Latina sempre se fizeram especialmente fascinantes para mim e, por isso, São João del-Rei, sozinha, já teria valido uma visita. Como a famosa Ouro Preto e os outros centros mineradores do século XVIII no estado brasileiro de Minas Gerais, São João del-Rei retém uma característica digna de aplauso. Lembro-me de minha primeira visita em 1973, enquanto caminhava sobre suas estreitas ruas de paralelepípedo, a tranqüilidade apenas quebrada por um automóvel ocasional ou pelo inconfundível som de uma locomotiva a vapor manobrando carros de passageiros. A alvorada ainda se aproximava quando me apressei pela ponte de pedestres sobre o Córrego do Lenheiro e passei pela plataforma envolta em fumaça. Sombras suaves flamejaram pela escuridão, era a nº 22, uma minúscula Baldwin 4-4-0 com 'chaminé-de-chapéu' e longerão externo, puxava uma fila de carros para o trem 'mixto' de Antônio Carlos. Uma das sessenta máquinas a vapor de bitola de 76cm construídas para a Estrada de Ferro Oeste de Minas entre 1880 e 1920, a de nº 22 e dezessete irmãs ainda estão na atividade - Americans, Ten-wheelers e Consolidations, que representam uma das maiores coleções de locomotivas a vapor de pequeno porte de fabricação norte-americana, ainda encontradas em serviço na década de 1980… locomotivas que servem uma via férrea que celebra um século de existência”. (tradução livre)[1]
O jornalista da revista Trains, John Kirshner, não consegue esconder seu encanto pela condição urbana do entorno da estação em seu relato, resultante de visitas realizadas entre 1977 e 1979. Seu parágrafo inicial na matéria é quase a letra de The Sound Of Silence, música de Paul Simon e Art Garfunkel: "narrow, cobblestone streets" (...) "Eerie shadows flashed across the darkness".

1901 - RFFSA-PRESERFE - Acervo ABPF-NEOM
Estação como vista em 1901. Acervo NEOM-ABPF.

Ainda no século XIX. Fotografia encontrada à venda no Ebay.

Como várias das cidades ditas “coloniais” do estado de Minas Gerais, tais como Ouro Preto, Mariana, Diamantina, entre outras, São João del-Rei foi objeto de tombamento de conjunto arquitetônico pelo então fundado Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, o SPHAN, no final da década de 1930. Isso, em maior ou menor grau, influenciou algumas permanências referentes à preservação da paisagem urbana encontrada pelos visitantes. Com o avanço dos conceitos de preservação do patrimônio construído e a ampliação do foco do que deveria ser objeto de políticas de conservação, por influência das políticas britânicas decorrentes do reconhecimento da necessidade de se preservar o legado da industrialização a partir dos casos de demolição da Euston Station e do Coal Exchange, os bens e sítios ferroviários ganharam grande destaque, o que culminou, no Brasil, no reconhecimento de sítios como a Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, em Iperó, SP (primeiro sítio industrial tombado nacionalmente – Processo 0.727-T-64), e do Complexo Ferroviário de São João del-Rei (primeiro sítio ferroviário tombado nacionalmente – Processo 1.185-T-85).
Por ser a sede da Companhia Estrada de Ferro Oeste de Minas, São João del-Rei recebeu a principal estação da linha, sendo o maior terminal, acompanhado de um complexo com oficinas, depósito e armazéns. Dentre todas as construções, junto com a estação, destaca-se a bela rotunda, que era parte das oficinas.
A Oeste de Minas foi um projeto dos Chimangos (termo pejorativo usado para se referir aos membros do Partido Liberal) apropriado pelos Cascudos (termo pejorativo para se referir aos membros do Partido Conservador). Enquanto os liberais, bacharéis José de Rezende Teixeira Guimarães e Luiz Augusto de Oliveira, detinham a concessão contratada com o governo provincial mineiro, os conservadores foram os responsáveis pelo levantamento dos recursos, por via de lançamento das ações (papéis) no mercado e de alterações no texto referente à concessão, como foi o caso do bacharel Aureliano Mourão, deputado provincial e primeiro presidente da companhia e o banqueiro Custódio de Almeida Magalhães, ambos personagens centrais do Partido Conservador em Minas na segunda metade do século XIX, membros da diretoria da companhia ferroviária, juntamente com maioria de cascudos.

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Aspecto da plataforma de embarque/desembarque entre 1881 e meados da década de 1910.

O terreno para construção da estação e todas as suas dependências, segundo o relatório dirigido aos acionistas de 1882, foi doação do diretor tesoureiro da estrada, Antônio José Dias Bastos, comerciante de atacado com relações com a praça do Rio de Janeiro, e de um tal Pedro Carlos da Silva[2].
A construção ficou a cargo da empreiteira Castro & Rocha, de Joaquim Leite de Castro e Antônio Rocha, principal construtora contratada pela Oeste de Minas, responsável pela maior parte das linhas e estações de todo o trecho.
A inauguração da estação terminal de São João, inicialmente programada para julho de 1881, foi adiada para 28 de agosto, devido à agenda de Pedro II, o imperador. Acompanhavam Pedro II na viagem de inauguração os ministros da Marinha e da Agricultura, o segundo, Buarque de Macedo, veio a falecer na cidade, o que afetou as festividades da inauguração. Para quem gosta da linguagem afetada e do puxa-saquismo oitocentista, reproduzo, abaixo, o texto do relatório que informa tal evento:

“SS. MM. II., que já tinham-nos dado a honra de visitar nossa linha em Abril p. p., Mas em circumstancias desfavoráveis dignaram-se graciosamente acceitar nosso convite para inaugura-la, fixando SS. MM. o dia 28 de Agosto para este acto. Nesse dia memorável, acompanhado S. M. dos ministros da agricultura e da marinha, com toda a solemnidade verificou-se a inauguração.
Concorreo a este acto grande numero de pessoas gradas do Império, entre os quaes contavam-se muitos de nossos mais eminentes engenheiros.
A attenção que SS. MM. prestaram á estrada do Oeste como principio de uma fecunda revolução na viação ferrea do Império pela adopção da bitola reduzida, e também o unanime parecer dos technicos e competentes produziram o benéfico resultado de destruir as falsas prevenções contra esta estrada e até houve completo reviramento da opinião, triumphando afinal a verdade.
Estava S. João d'El-Rei vestida de suas mais primorosas galas para receber ou Augustos Imperantes e illustres hospedes e preparavam-se geralmente festas condignas para celebrar tão faustoso acontecimento, festas que confirmariam os bellos foros desta cidade. Um nunca assaz lamentado desastre que attingia á proporções do calamidade publica veio trocar as galas em lucto e commoveo o Brazil inteiro. O infatigável ministro da agricultura conselheiro Buarque de Macedo, que tão efficazmente imprimia accelerado e reflectido impulso ao progresso do Brasil, que fecundos e amadurecidos planos de importantes reformas tinha preparadas cahio victima de uma cruel enfermidade que ha tempos minava sua preciosa existencia, consagrada inteira aos serviços da pátria. Morreu o grande ministro nesta cidade quando o Brasil mais esperava de seus provados talentos, acrysolado patriotismo e vasta experiencia, morreu no seu posto de patriota, animando as festas e os esforços da iniciativa individual no concurso do progresso.

Estação São João del-Rei_Postcard
Cartão postal da década de 1920, onde pode-se perceber a fachada de viés mais voltado a uma arquitetura eclética, contrariando o minimalismo e simplicidade da configuração original.

"SS. MM., honrando a memoria do grande ministro e leal servidor, tomaram lucto o encerraram-se, e a população inteira desta cidade passou rápida da alegria á dor, suspendendo-se todas as festas, tanto publicas como particulares. A cidade de S. João d'El-Rei mostrou-se digna do elevado lugar que occupa entre suas irmãs, e a Companhia cumprio seus dolorosos deveres nesta triste contingencia. Resta-nos a todos a convicção que não podiam aqui tributarem-se mais pomposas honras funebres do que as que o foram ao pranteado cidadão Buarque de Macedo. Em homenagem a tão conspicuo brasileiro tem a Companhia seu retraio em lugar de honra em seu escriptorio.”

Durante os cinco primeiros anos de atividade, a estação de São João se conectava apenas com Tiradentes, Prados, Barroso, Ilhéus e Sítio, onde se conectava com a linha do centro da E. F. Dom Pedro II, sua conexão com o Rio de Janeiro. Além de gado em pé, dali saiam cal, queijos, açúcar, algodão, cereais, couros, fumo, etc, e chegavam sal, trilhos e acessórios, além de passageiros nos dois sentidos.

Gêneros transportados em Kg (dados disponíveis nos escassos relatórios)
Importação 1881 1883 1885 1886 1887 1890
Açúcar 103.410 618.937 4.227.750
Cereais 80.654
Sal 3.409.284 3.949.282 2.769.691 2.297.289 2.151.021
Trilhos e acessórios 1.304.344 5.619.071 4.280.173
Diversos 1.414.641 1.281.449 1.303.031 1.917.397 1.698.174 4.872.996
Total 4.823.925 5.230.731 4.072.722,00 5.622.440 10.167.757 13.380.919
Exportação 1881 1883 1885 1886 1887 1890
Algodão 1.912 1.846 1.711 1.711
Açúcar 135.550 160.244 168.423 106.461
Cal 567.836 865.665 720.781 582.287 924.830 1.235.826
Cereais 147.615 332.474 322.810 466.494 171.276
Couros 11.210 41.182 49.393 43.453 14.219
Fumo 87,768 87.768 85.049 212.269 78.147
Queijos 299.812 316.522 414.182 512.920 493.218
Tecidos 10.487 2.391 1.740 4.963
Toucinho 507.625 311.669 317.405 575.131 242.648
Dormentes
Café 79.878
Diversos 780.906 346.304 364.100 630.892 1.417.273 6.299.557
Total 1.348.742 2.413.948 2.368.350 3.161.610 4.348.383 9.580.662
Tabela com as principais mercadorias transportadas pela Oeste em seus primeiros anos Fontes: Relatórios da diretoria de 1882, 1884, 1887, 1888 e 1891.

A partir de 1887 as conexões aumentaram, já que houve a aquisição da concessão, por parte da Oeste de Minas, que implicava uma ferrovia que ligasse Pitangui a São João del-Rei, dando prosseguimento ao sentido que o nome da ferrovia carregava. Essa conexão, com o oeste de Minas, é um dos principais responsáveis pelo surgimento e crescimento de uma das maiores cidades do estado de Minas, Divinópolis, que viria a se tornar sede da principal oficina ferroviária da Oeste e, consequentemente, da Rede Mineira de Viação no decorrer da primeira metade do século XX.
Na década de 1910, houve uma grande reforma na estação de São João del-Rei, que, além de modificar e ampliar os prédios de alvenaria da estação e do armazém, substituiu a cobertura das plataformas, que antes era de estrutura de madeira com telhas francesas, por uma grande estrutura pré-fabricada de origem belga toda metálica realizada em tesouras, do tipo concebida por Pelonceau[3].

A reforma que mudou as feições do prédio propriamente da estação e trocou a estrutura de madeira pela de ferro/aço ocorreu por volta de 1920. Essa obra resultou de deliberação da diretoria para reformar as estações de Belo Horizonte, Barra Mansa, Formiga e São João del-Rei. Tal informação encontra-se no relatório do Ministério de Viação e Obras Públicas de 1918 à página 43. Já o relatório do mesmo ministério para o ano seguinte informa que a obra foi iniciada em 1919, com reconstrução, modificação e ampliação. Não há referências específicas sobre a origem da estrutura da cobertura, que alguns dizem que é ou da indústria belga ou da francesa. Apesar de não ser inverossímil essas possibilidades, a ausência de placas e referências documentais indicam ser muito mais possível que a construção tenha sido nacional. Se não da própria E. F. Oeste de Minas, um possível fabricante seria a Trajano de Medeiros, conhecida fornecedora de carros e vagões para este ferrovia e, mais tarde, encampada pela E. F. Central do Brasil, onde foi classificada como setor de pontes.

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Novas estação e plataforma. Fotos do livro de Jansen Vaz, de 1922.

No processo de tombamento 1.185-T-85 encontra-se a seguinte descrição:

“A parte que funciona como estação tem 500 m². No pavimento térreo estão localizados o escritório, três salas de visitas, guarda-volumes, recepção, bilheteria, duas salas do agente da estação com depósito e armazém do escritório. Apenas os compartimentos mais nobres recebem forro de madeira em saia e camisa. Vale mencionar o forro do ‘hall’ de entrada que tem tratamento diferenciado na cimalha e primeira fiada de tábuas, com elementos esculpidos de madeira formando desenhos em relevo. A parte superior, correspondente ao módulo central, é servida por bela escada de ferro, em dois lances. Este pavimento, composto por sete compartimentos onde funcionava o escritório da residência, é hoje ocupado pelo vestiário da segurança, escritório do representante da REFER [ela quis dizer RFFSA], escritório da CIPA (Campanha Interna Contra [sic] Prevenção de Acidentes) e alojamentos com pequena cozinha e sanitário. Quase todo o piso foi feito em tábuas corridas e todos os forros são de madeira, tipo saia e camisa.
A parede voltada para as plataformas possui alguns vãos largos (4 folhas) com verga reta e outros menores (2 folhas), em arco pleno.

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Interior da estação, onde se nota a coberta composta por estrutura de perfis de ferro em tesoura. Acervo NEOM-ABPF.

A fachada da estação voltada para a Av. Hermillo Alves é composta de três corpos, sendo o central de dois pavimentos e os laterais de apenas um. Cada módulo tem cobertura com telhas francesas, dispostas em quatro águas, semi-ocultas por platibandas. O do meio, além das quatro águas, dispõe no trecho central de corpo saliente entelhado com duas águas, à semelhança de uma água furtada, que termina na face interna do frontão, mais elevado neste trecho, onde se localiza o antigo relógio da estação.
O corpo central, o mais imponente, é marcado por cunhais e mais duas pilastras salientes que percorrem os dois pavimentos, formando os três módulos verticais de fachada.
A parte de baixo é guarnecida por larga porta central de verga reta e janelas laterais em parelha, em arco abatido, de madeira e vidro, com folhas internas cegas. Elementos semi-geométricos de massa completam os panos das janelas. Todos os vãos são evidenciados por cercaduras. Toda a parte baixa é ainda marcada por forte elemento horizontal em seu limite superior.
A parte de cima, mais ricamente elaborada, possui janela tripla no centro (madeira e vidro – de verga reta), encimada por imitação de bandeira, com terminação em arco abatido. Os panos laterais dispõem das mesmas janelas triplas, sendo que a parte superior que sugere bandeiras é bem mais elevada e forma um arco pleno. Todas as molduras neste pavimento são constituídas de múltiplas linhas. As quatro pilastras terminam na cimalha, que é interrompida no módulo central. A platibanda que se segue, de contorno irregular é amplamente decorada com figuras geométricas, conchas, volutas, frisos, lenços, etc.

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As duas principais vistas da estação de São João del-Rei após a demolição da casa do agente e a construção da praça em 1981. Fotos de Ramiro Nascimento.

Os dois módulos que ladeiam a parte central repetem o esquema da mesma em sua parte térrea, apenas substituindo em uma delas as janelas em parelha por portas emparelhadas. A cimalha onde morrem os pilares é contínua e a platibanda tem tratamento bastante semelhante à central. É guarnecida com os mesmos elementos, à exceção do relógio.”[4]

Quando da paralização do tráfego e erradicação da linha entre Antônio Carlos e Aureliano Mourão, a intenção da RFFSA era dilapidar e demolir todas as edificações do complexo ferroviário, com exceção da estação, o que foi revertido a partir da intervenção da recém fundada Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) e de manifestações da sociedade civil local. Com isso, não só a estação permaneceu intocada, como a maior parte dos prédios do complexo, tendo a rede demolido algumas edificações que considerava acréscimos destoantes, ferindo, contraditoriamente, a Carta de Veneza, documento do ICOMOS/UNESCO utilizado tanto pelo PRESERVE, responsável pela reforma do pátio e sua configuração como museu, quanto pelo IPHAN, como referência de preservação, conservação e restauração de bens imóveis e sítios históricos.
Desde 1989, a estação ferroviária de São João del-Rei, bem como todo o complexo ferroviário, está registrada nos livros do tombo Histórico e De Belas Artes como parte dos monumentos nacionais.

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Vista parcial. 1986. Acervo PRESERVE.

Pode-se dizer que a estação praticamente não conheceu alterações ou grandes intervenções desde a reforma no final da década de 1910. O projeto de transformação do espaço do antigo armazém em módulo do museu respeitou a integridade da edificação, sem acrescentar ou remover absolutamente nenhuma parede, cômodo ou divisória. A planta da estação é a mesma desde a década de 20 e depois da extinção do funcionamento convencional.
Desde 1984, o funcionamento da estação ferroviária de São João del-Rei se resume a recepção de visitantes do museu ferroviário e dos passeios de “maria fumaça” dos fins de semanas e feriados. A manutenção do edifício e seu funcionamento, no entanto, sofreu baixas devido ao programa de privatização do transporte ferroviário, que deixou o complexo ferroviário de São João e todo o patrimônio histórico da extinta RFFSA órfão. No caso de São João del-Rei, desde 1996 ou, mais precisamente, desde 2001, a administração do complexo se dá através de um termo de uso precário assinado entre a Vale S.A. e a Inventariança da RFFSA. Como bem de propriedade da União, e não constante dos bens arrendados às concessionárias ferroviárias, a mesma se encontra em situação delicada de privatização conceitual, sem os devidos cuidados necessários à sua melhor preservação, sendo todas as atividades realizadas neste sentido resultantes de TAC assinados por intervenção do MPF.

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Ponta da plataforma de embarque/desembarque em meados de 2000. Foto de Hugo Caramuru.
 
Estação São João del-Rei-Esquema 
Esquema do pátio, por Paul Waters. A estação é terminal para ambas as linhas: sentido leste (Antônio Carlos) e oeste (Aureliano Mourão – até a década de 1960 alcançava Ribeirão Vermelho e Lavras, Divinópolis e Barra do Paraopeba).

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Fachada da estação em foto encontrada à Folha 114 do Processo DTC-SPHAN 1.185-T-85. Acervo PRESERVE.

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Esquema do Centro de Preservação da História Ferroviária de Minas Gerais, projetado pelos arquitetos Sérgio Morais e Maria Elisa Carazzoni do PRESERVE e executado pelo PRESERVE em parceria com a SR-2 e a SR-3 da RFFSA, com entrada pela estação.

[1] “The colonial towns of Latin America have always held a special fascination for me, and for that reason alone São João del-Rei would have been worth a visit. Like famed Ouro Preto and the other 18th century mining centers in the Brazilian State of Minas Gerais, São João del-Rei retains a character worthy of applause. I remember my first visit there in 1973, walking down its narrow, cobblestone streets, their tranquility broken only by an occasional automobile and by unmistakable sound of a steam locomotive switching the passenger depot. It was dusk as I hurried across the Córrego do Lenheiro footbridge and passed into the huge smoke-filled trainshed. Eerie shadows flashed across the darkness as No. 22, a tiny, cap-stacked, outside-frame Baldwin 4-4-0 spotted a string of cars for the 7 a.m. “mixto” to Antonio Carlos. One of sixty 30-inch (or 2-foot, 6-inch, if you prefer) gauge steamers built for the Estrada de Ferro Oeste de Minas (Western of Minas Railway) between 1880 and 1920, No. 22 and seventeen sisters are still on the property – Americans, Ten-wheelers, and Consolidations, together representing one of the finest collections of small U.S.-built narrow-gauge steam power to be found anywhere in the 1980’s… locomotives serving a railroad now celebrating a century-plus of common-carrier service”. KIRCHNER, John A. “Where slide valves, link ‘n pin, and 2’6” survive - Untouched by time: Brazil’s tiny Baldwins”. In: Trains: The Magazine of Railroading, Novembro, 1981, pp.34-39.
[2] Relatório da Directoria da Estrada de Ferro de Oeste (Minas) Lido Na Reunião da Assembléa Geral de Accionistas. 29 de Março de 1882. Rio de Janeiro: Typ. G. Leuzinger & Filhos, Ouvidor 31, 1882, p.12.
[3] Cf. KHÜL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do Ferro e Arquitetura Ferroviária em São Paulo: reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Fapesp; Cotia: Ateliê Editorial, 1998, p.43.
[4] GELIO, Célia Perdigão. Informação nº102/86. Processo de Tombamento DTC-SPHAN 1.185-T-85, ff.108-110.

5 comentários:

clodoaldomaquinista disse...

Parabéns Compas pelo ótimo Blog e postagens como sempre bastante encorpadas!!!

Welber disse...

Valeu, compa!

Unknown disse...

Oi Welber, tudo bem?
Estou fazendo uma pesquisa sobre o processo em que a Estação Ferroviária foi tombada. Aqui no seu blog está que ela foi tombada em 1985, mas já vi escrito em outros artigos que foi tombada em 1989. A conclusão que cheguei é que o processo começou em 1985 e terminou em 1989. Estou correta ou falei besteira?
Muito obrigada

Welber disse...

Daiana Santos, você está correta. O processo foi aberto em 1985, conforme indica o código padrão do IPHAN para ele: 1185-T-85 (1185 é o número sequencial, o T é de Tombamento e o 85 refere-se ao ano). Ao longo dos quatro anos o processo recebeu os documentos que o compõem e os estudos que o fundamentam, o relato em conselho foi feito em 1989, quando foi realizado o registro nos livros do tombo de belas artes e histórico.

Blog do Xyko Diniz disse...

Joaquim Martins Lara