A High Line, estrutura toda realizada em aço, começou a ser construída em Nova Iorque em 1929 e foi aberta ao tráfego em 1934. A razão para sua construção é a mais óbvia possível: crescimento urbano, aumento do tráfego de veículos automotores e o consequente conflito entre a ferrovia e todo o resto dos veículos que passaram a transitar as cidades.
Devido ao excesso de acidentes, principalmente atropelamentos e colisões entre os trens e os automotores, a New York Central Railroad viu-se em situação delicada referente ao crescimento da cidade e a preferência absoluta da estrada de ferro, no trânsito, sobre os outros meios de transporte (o termo atual é "modal"), e a solução foi a suspensão do tráfego ferroviário, literalmente.
A iniciativa de parceria público-privado levou à construção que recebeu o nome West Side Improvement e elevou a linha a 30 pés (9,14m) do chão, evitando que os cargueiros, cada vez maiores, rivalizassem com o trânsito ao nível do solo.
Na década de 1950 ocorreu um aumento significativo do transporte rodoviário interestadual, o que levou a um decréscimo de mesma proporção na demanda pelo transporte ferroviário. Em Manhattam, o primeiro impacto na West Side Improvement foi a demolição da porção sul do elevado.
O último trem a passar pela High Line foi um pequeno cargueiro carregado de frozen turkeys (isso mesmo, peru congelado), em 1980.
O abandono da magnífica estrutura, depois de anos sem mais passar trens, foi objeto de projeto de demolição devido à especulação imobiliária, sendo aquele trecho encontrado em área de alto valor da terra por m². Entretanto, uma associação criada com o intuito de preservação daquele monumento conseguiu o sucesso e, logo, a CSX Transportation, Inc. cedeu a talvia suspensa à entidade.
Aí começa a história do que fazer com isso.
Em plena região densamente povoada, numa das maiores cidades do mundo, nada mais indicado, em período de movimentos de reapropriação dos espaços urbanos, do que a conversão daquele símbolo da industrialização num grande parque municipal.
Com um plano de preservação, revitalização e reuso, julgado racional e realista pelas entidades públicas, a Huigh Line foi transformada em espaço de convivência, auxiliando até mesmo na mobilidade e, claro, na presença, em plena área antes totalmente cinzenta, de jardins, canteiros e praças.
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