Devemos notar que sofremos de certa dificuldade semântica pelo fato de “estrada de ferro” e “ferrovia”, no português, “ferrocarriles”, no espanhol, ou “chemin de fér”, no francês, terem origem no inglês “railway”. E railway ou railroad (como preferem muitas vezes os norte-americanos), em tradução literal, indica um significado bem mais amplo do que “estrada de ferro”. Railway signicaria mais especificamente “estradas de trilhos”, e, até que o ferro (e depois o aço) tenha passado a ser o material dos trilhos das minas de carvão, outros eram os materiais utilizados, o que leva os ingleses a até mesmo dizerem que a origem das “railways” datam da Antiguidade. Como escreve Anthony Coulls, “By the standards of most modern industries railways have unusually deep historical roots. Railways that fit Lewis’s definition existed as far back as the 6th century BC; the Greek Diolkos was a railway with a track made from stone, 6km in length across the Peloponnese, used for transporting ships until the 9th century AD – an extraordinarily long period.” Tradução livre: “Pelos padrões da maior parte da indústria moderna, ferrovias possuem raízes históricas extraordinariamente profundas. Caminhos que se encaixam na definição de Lewis existiam já desde o século 6 a.C., a grega Diolkos era uma railway com uma trilha constiruída por pedras, com seis quilômetros de extensão por todo o Peloponeso, utilizada no transporte de barcos até o nono século da era cristã - um período extraordinariamente longo”.[1]
Itajubá, MG, em data ignorada. Foto Acervo NEOM-ABPF. |
[1] COULLS, Anthony. Railways As World Heritage Sites. Paris: ICOMOS, 1999, p.1.
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