Graças ao arquivo de negativos do maior fabricante de locomotivas a vapor da história, a The Baldwin Locomotive Works, preservado pelo Museum Ferroviário da Pensilvânia (Railroad Museum of Pennsylvania), temos uma cópia da fotografia de fábrica de várias locomotivas da E. F. Oeste de Minas, bem como de outras ferrovias brasileiras.
Somado ao acervo do Museu Ferroviário da Pensilvânia, temos também a biblioteca da Universidade Metodista do Sul, em Dallas, TX, que disponibilizou online várias peças do arquivo de manuscritos e datilografados também da The Baldwin Locomotive Works. Entre os documentos da DeGolyer Library, estão as fichas técnicas de encomenda para a construção de cada locomotiva ou grupo de locomotivas, o que inclui todas as especificações técnicas detalhadas para a(s) locomotiva(s) a ser(em) fabricada(s).
As imagens de um e as informações escritas de outro nos permitiu imaginar e, agora, remontar visualmente as locomotivas da Oeste de Minas.
Eis o trabalho do meu amigo Jonas Augusto sobre a imagem da locomotiva BLW 37082, Classe 10-18D, de 1911. Atualmente preservada (em condições de qualidade duvidosa) na rotunda de São João del-Rei (que foi interditada por ordem do IPHAN pelas más condições de conservação), com o nº 37 (EFOM 39, EFOM 107, RMV-Oeste 107, RMV 37, VFCO 37, RFFSA SR-2 37).
Fontes:
11 comentários:
e o processo para sumir com FCA dai sai ou não sai?????????????
A dificuldade de expulsar a FCA daqui não é grande pelo lado técnico-acadêmico-legal, já que ela a cada dia piora as coisas ao ferir o tempo todo os princípios da museologia, da preservação de bens culturais tombados, etc. A dificuldade real mora na política e na estrutura corrupta que envolve o âmbito do poder, em que a Companhia Vale, que já foi do Rio Doce, possui voz das mais fortes do mundo.
A FCA faz TUDO de maneira irregular em São João del-Rei, principalmente nos quesitos acima já apontados. Um exemplo: um dos setores mais importantes de um museu é a Reserva Técnica, e a FCA transformou a reserva técnica do Museu Ferroviário de São João del-Rei em sala de vivência de seus empregados, ou algo do tipo. Vejo sempre a porta da sala aberta e o trânsito constante dos fulanos e fulanas. E isso, meu amigo, é só a pontinha desse iceberg.
A Vale poderia negociar a restauração do que ela já destruiu, seria bem mais digno e nobre da parte de uma companhia de tal gabarito. No entanto, se insistir no comportamento danoso ao nosso patrimônio cultural, responderá de outra maneira, que poderia ser evitada com um diálogo inteligente e sensato.
Como diz um amigo meu, "a FCA está cavando o próprio túmulo", e eu digo: É muita incompetência e má-fé, não há outra explicação.
O Jonas é fera nos desenhos.Estive em Ouro Preto e Mariana sábado (29 de janeiro) e claro fiz o passeio no Trem da Vale e para o turista vale muito mais a pena fazer essa viagem do que no trem de São João - Tiradentes,bem,eu amo a nossa ferrovia (bitolinha),mas um turista só quer saber de passear e devo fazer uma comparação,apesar de todas as duas ferrovias estarem sob administração da FCA,o trem da Vale está muito melhor conservado do que a nossa bitolinha,o esforço que tiveram pra reativar essa ferrovia da montanha foi enorme,já a de São João está praticamente podre (só agora é que estão trocando uns poucos dormentes),o cenário nem se deve comparar pois cada cada ferrovia está em um tipo de terreno totalmente diferente.Mas em uma coisa elas são iguaizinhas,não gostam de coisa velha,digo isso devido ao fato de uma locomotiva a vapor não ser nada econômica,resultado,o Trem da Vale está sendo tracionado por uma locomotiva a diesel enquanto a vapor está parada e em São João estamos perdendo as guerreiras que sobreviveram ao maçarico de corte,agora só falta a FCA modificar umas loco a diesel para rodar em bitola 76cm e aposentar de vez as nossas vaporosas.A FCA consegue o que quer,só não gosta de antiguidade.
uma punição exemplar seria a FCA reativar a ferrovia ate Antonio carlos ou parte dela para dar de exemplo ou mundo.
Sobre o comentário do Thiago. Não é estranho o trecho OP-Mariana estar bem conservado, na verdade não é exatamente pela conserva, mas pelo fato de ter acabado de ser reconstruído. Um trabalho magnífico, inclusive com trilhos TR57 (e, se não me engano, tem até TR68), com grampos Deenik, lastreamento alto de brita, enfim, parece até melhor do que as melhores linhas da FCA que eram da SR-2. O rodante é todo cedido pela ABPF, exceto a "pobre" EMD G8. E a 201 não parou de ser usada por custar menos ou mais sua operação; ela parou por incompetência dos "maquinistas" e por ingerência da FCA/Vale. Já começou errado uma locomotiva com aquela base rígida ir parar naquelas curvas de 80, 90m de raio (ela exige 120m segundo a planta de fábrica). Uma Texas teria, provavelmente, menos problemas do que uma Santa Fe. Basta lembrar que rodavam na linha do centro lá pelo lado de Corinto onde a via permanente era das piores de Minas. A fornalha da 201 possui grelha para carvão, e eles misturam lenha. Detalhe: caixas de fumaça de locos a carvão não possuem para-chispas, já que o carvão não as produz, mas à lenha produz com gosto e graça, então se uma máquina à lenha não possue para-chispas o resultado é chuva de brasa e risco de incêndio na mata.
Vivemos num X: amadores profissionais x profissionais amadores (isso é a FCA).
A tempo: A G8 sobe em ponto 8 e trabalha sozinha, pobre amperímetro!
Ao Eleandro. Isso é impossível. O que poderia ser feito foi objeto de chacota nos anos 80. Manda um beijo pro Eliseu Resende, ministro dos transportes quando da erradicação dos 200km. 200km esses objeto de processo de tombamento arquivado pelo IPHAN (processo 1096-T-83).
Por isso é legal trocar idéia aqui no blog,tinha ouvido falar que a loco Santa Fé de Mariana (que veio de Santa Catarina)estava parada por falta de manutenção e combustível,problema com os maquinistas também,mas não sabia que era por incompatibilidade dos raios das curvas,algo parecido com o que ocorria com as "francesonas" da RMV nessas linhas de Lavras que chegavam a tirar faíscas nos trilhos,isso quando não tombavam nas curvas.O Trem da Vale ilustra muito bem quando digo que a Vale tem o poder de fazer o quiser com as ferrovias,se ela se interessasse em reativar algum trecho da bitolinha além de São João e Tiradentes (digamos Águas Santas)certamente já teria feito,ela tem muito dinheiro,mas bitolinha pra FCA é apenas uma ferroviazinha que estava incluída no pacote SR-2,devem ter pensado "ah,então tá a gente fica com essa também,com o tempo a gente desativa ela e ninguém vai notar,primeiro daremos fim na 58,depois arrancamos os amvs da Chagas Dória..."
Tomara que isso mude ou ficaremos sem o nosso trem.
Não exatamente. A Vale só refez o trecho de OP para evitar uma multa a respeito dos contratos de concessão da FCA.
E não se deve misturar as coisas. OP-Mariana até serve de comparação na forma como a FCA lida com os dois casos, mas não vale para comparar o status patrimonial.
A condição jurídica, o status de patrimônio, dos dois é muito diferente. Ambos são patrimônio da União, mas OP-Mariana é concessão da FCA e é propriedade da ANTT e SJ-Tiradentes não é parte da concessão da FCA e é propriedade do IPHAN. E NÃO, a FCA/Vale não possue qualquer poder para desmanchar isso, o que ela já faz ao não conservar adequadamente já configura crime de lesa-patrimônio, o que dirá erradicar qualquer coisa...
Acho que não me expressei muito bem e tem muita coisa que não tenho conhecimento,mas é isso mesmo,veja bem,no trecho OP-Mariana foram reformadas 4 estações,as duas nas pontas da linha e mais duas dentro do trecho,apesar de o trem não fazer parada nelas,são estações lindas,isso me faz imaginar o seguinte,se a FCA refizesse o trecho até prados com certeza o artesanato no povoado do Bichinho seria bem mais valorizado do que já é,isso sem contar que Prados também é cidade histórica,apesar de a estação ficar a uns 4 Km longe da cidade,não seria difícil para o turista chegar até a cidade,nesse ponto entraria os taxistas,etc...
Ah,mas isso é só um sonho bem distante já que a preocupação atual é justamente com o que temos "preservado" dentro do complexo ferroviário de São João del-Rei.
QUANDO NA OCASIÃO, FALOU-SE ENTREGAR A ABPF A BITOLINHA DE SAO JOAO,
HOUVE MUITAS VOZES CONTRÁRIAS.
TEVE QUEM DISSESSE QUE A ABPF TRANFERERIRIA TODO O ACERVO PARA CAMPINAS, DEIXANDO SAO JOAO E TIRADENTES NA SAUDADE.
TREMENDO ABSURDO, ESSAS COLOCAÇÕES.
CASO SE CONCRETIZASSE ESSA IDÉIA, A ABPF ASSUMIDO ESSA PEQUENA FERROVIA,
ACREDITO QUE A BITOLINHA ESTARIA HOJE,EM SITUAÇÃO INVEJÁVEL, CONSIDERANDO A EXPERIÊNCIA DA ASSOCIAÇÃO, NÃO TERIAMOS TANTAS LOCOMOTIVAS ENCOSTADAS NA ROTUNDA SEM O MENOR INTERESSE DE RECUPERA-LAS, POR EXEMPLO
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Almyr Rezende, essa possibilidade foi real entre 1983 e 1988. Depois disso, com o movimento negativo das "autoridades" (eca) da cidade em reunião na ACI, a RFFSA assumiu a continuidade. A possibilidade retornou em 1999, mas houve uma série de dificuldades que impediram, por parte da perda de controle da própria RFFSA sobre seu patrimônio e as questões em aberto derivadas da forma como foram realizados os contratos de concessão e arrendamento das ferrovias federais.
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