A restauração de bens industriais traz algumas particularidades em relação ao campo geral do restauro. No caso de máquinas, como é o caso de locomotivas, uma das preocupações fundamentais é a "ordem de marcha", ou seja, o devido funcionamento do veículo dentro de razões que envolvem as instâncias estética e histórica, mas sem esquecer dos princípios ligados à segurança e, obviamente, o bom funcionamento de todos os mecanismos que envolvem o movimento das "moças".
Neste post, acompanharemos os trabalhos de recuperação da locomotiva nº20 da Denver & Rio Grande Southern, uma ten-wheeler (4-6-0), realizados nas oficinas da Strasburg Rail Road, Pensilvânia, EUA.
A partir do momento em que o dito "patrimônio industrial" passou a ser também objeto de interesse de grupos preservacionistas, especialmente o referente às ferrovias, vindo até mesmo a serem fundadas instituições destinadas a esse ramo da preservação de bens culturais, é digno que se pense nas possibilidades que ele traz em sua duplice significação de bem cultural e - no tocante ao ferroviário - meio de transporte. Neste caso, perceber os procedimentos do restauro de um bem dessa natureza nos interessa para tentar buscar a compreensão sobre as questões técnicas envolvidas.
Locomotiva DRGS 20
Ficha Técnica
Fabricante: Schenectady Locomotive Works
Ano de fabricação: 1899
Placa: 5007
Tipo: Ten-wheeler (4-6-0)
Bitola: 0,91m (3ft)
Expansão do vapor: Simples
Válvula de distribuição do vapor: tipo Stephenson
Placa: 5007
Tipo: Ten-wheeler (4-6-0)
Bitola: 0,91m (3ft)
Expansão do vapor: Simples
Válvula de distribuição do vapor: tipo Stephenson
Combustível: lenha (madeira) ou carvão
Segundo a The Colorado Historic Railroad Preservation Association, esta locomotiva foi doada pelo Rocky Mountain Railroad Club ao Colorado Railroad Museum. O valor doado por um benfeitor anônimo deverá ser destinado ao restauro da locomotiva à condição operacional.
Nas oficinas da Strasburg Rail Road, a caldeira é separada do longerão para os devidos serviços de caldeiraria. Foto de Kelly Anderson.
O respeito à integridade dos materiais originais sofre maior dificuldade quando se trata de peças mecânicas. Muitas vezes deve-se trocar boa parte das peças por novas. O que devemos ter em mente é que a instância histórica de peças de movimento de locomotivas a vapor, como é este caso, deve ser mais ligada às suas formas e funcionalidade, portanto, nunca desligada da instância estética.
Em breve, de acordo com o processo, voltaremos a este caso para mostrar os resultados finais e falaremos sobre teoria do restauro aplicada a bens ferroviários.
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